segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

EscreVER

Quando tudo parece sem saída sempre se pode cantar. Por essa razão escrevo.

Caio Fernando Abreu

sábado, 11 de dezembro de 2010

MERDA!

A origem da expressão "merda" no teatro

Quem vive no mundo do teatro, dificilmente não fala merda antes de entrar no palco. O que muitos não sabem, sejam aqueles que utilizam a expressão ou aqueles que por ventura as ouvem, é que desconhecem a origem da expressão.
Esta expressão que pode ser considerada um mantra, uma espécie de ritual usado pelos atores antes de suas apresentações tem origem francesa.
Mas antes de contar como surgiu esta expressão, torna-se necessário falar um pouco destes desavergonhados, que não tem medo de colocar uma roupa feia ou pintar a cara, que não tem preconceito em expor um papel interpretando outro sexo ou até mesmo, mostrar um outro lado que existe em algumas pessoas, mas que estas têm vergonha de assumir por conta de uma sociedade ainda preconceituosa.
O ator interpreta no palco aquilo que nós queremos fazer na vida, mas temos vergonha. O que no dia a dia é um absurdo, no palco é natural, cômico. Atuar é a arte de viver em um mundo onde tudo pode.
A expressão “merda” usada no teatro surgiu na França. Um ator iria apresentar a peça mais importante de sua vida, estava nervosíssimo, pois na platéia estariam os mais importantes críticos da cidade. No percurso de sua casa ao teatro encontrou muitos obstáculos. Primeiro, deparou-se com um incêndio, teve que desviar e acabou se perdendo. Como quem tem “boca vai a Roma”, conseguiu chegar ao teatro. Na porta do teatro para completar suas asneiras, pisou em um cocô. Entrou, atuou e saiu muito feliz com a melhor atuação de sua vida.
Assim, a expressão “merda” tem o mesmo significado de boa sorte e é sempre usada antes das apresentações. Lembrando que, nunca se deve agradecer com obrigado ou de nada quando alguém lhe desejar “merda”, deve responder apenas “merda” ou ficar calado.
Portanto, merda a todos.

Daniel Burgos
Professor de língua portuguesa e espanhola, especializando em literatura mato-grossense.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Congresso Internacional do Medo

Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.

Carlos Drummond de Andrade (mineiro UAI)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

AVISO DA LUA QUE MENSTRUA

Moço, cuidado com ela!
Há que se ter cautela com esta gente que menstrua...
Imagine uma cachoeira às avessas:
Cada ato que faz, o corpo confessa.
Cuidado, moço
Às vezes parece erva, parece hera
Cuidado com essa gente que gera
Essa gente que se metamorfoseia
Metade legível, metade sereia.
Barriga cresce, explode humanidades
E ainda volta pro lugar que é o mesmo lugar
Mas é outro lugar, aí é que está:
Cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita..
Sua boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente
Que vai cair no mesmo planeta panela.
Cuidado com cada letra que manda pra ela!
Tá acostumada a viver por dentro,
Transforma fato em elemento
A tudo refoga, ferve, frita
Ainda sangra tudo no próximo mês.
Cuidado moço, quando cê pensa que escapou
É que chegou a sua vez!
Porque sou muito sua amiga
É que tô falando na "vera"
Conheço cada uma, além de ser uma delas.
Você que saiu da fresta dela
Delicada força quando voltar a ela.
Não vá sem ser convidado
Ou sem os devidos cortejos..
Às vezes pela ponte de um beijo
Já se alcança a "cidade secreta"
A atlântida perdida.
Outras vezes várias metidas e mais se afasta dela.
Cuidado, moço, por você ter uma cobra entre as pernas
Cai na condição de ser displicente
Diante da própria serpente
Ela é uma cobra de avental
Não despreze a meditação doméstica
É da poeira do cotidiano
Que a mulher extrai filosofando
Cozinhando, costurando e você chega com mão no bolso
Julgando a arte do almoço: eca!...
Você que não sabe onde está sua cueca?
Ah, meu cão desejado
Tão preocupado em rosnar, ladrar e latir
Então esquece de morder devagar
Esquece de saber curtir, dividir.
E aí quando quer agredir
Chama de vaca e galinha.
São duas dignas vizinhas do mundo daqui!
O que você tem pra falar de vaca?
O que você tem eu vou dizer e não se queixe:
Vaca é sua mãe. de leite.
Vaca e galinha...
Ora, não ofende. enaltece, elogia:
Comparando rainha com rainha
Óvulo, ovo e leite
Pensando que está agredindo
Que tá falando palavrão imundo.
Tá, não, homem.
Tá citando o princípio do mundo!
ELISA LUCINDA

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Festival Marreco Diário de Bordo

Cheguei a Patos de Minas no dia 29 de novembro de 2010 por volta do meio-dia e fui recebida pelo Matheus do Coletivo Peleja, que me levou para almoçar num restaurante com uma comida típica mineira. A Hospedagem solidária está sendo da casa da Clara, que me recebeu com muita alegria e carinho.
O Terceiro Festival Marreco de Cultura independente ocorre de 29 de novembro a 4 de dezembro, sendo uma mostra de trabalhos autorais, que visa um espaço para a criação musical e artística, coma finalidade de descobrir trabalhos originais.
O Festival é organizado pelo ponto de articulação Fora do Eixo, o Coletivo Peleja.
O principal objetivo é promover o debate e formulação para o desenvolvimento de ações com a intenção de valorizar e fomentar a produção musical e sócio-cultural de Patos de Minas e região.
O Festival Marreco faz parte do circuito mineiro de Festivais Independentes, que tem a proposta de promover a circulação de bandas e agentes da cadeia produtiva, trazendo na sua programação Oficinas de Arte e intervenções, além de Bandas reconhecidas em todo cenário nacional, como Móveis Coloniais de Acajú.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A Construção do Homem Dançante

Tudo começou com a primeira experiência teatral, aos 17 anos, quando participei de um grupo de Teatro chamado Trem de Minas, em Uberaba, Triângulo Mineiro. Era o meu primeiro grito, um corpo de bailarina querendo o corpo para teatro. Era um grupo experimental, dirigido por José Maria Madureira, que trabalhava diversas linguagens, como Teatro do Oprimido, Artaud, Brecht e Stanislawky.
Percebi que assim como se constrói um corpo de ator para que seja o teatro uma arma de libertação, é possível a construção do Homem Dançante, capaz de usar o movimento como arma de emancipação.
O Fora do Eixo ampliou ainda mais os horizontes, visto que o trabalho coletivo permite que a arte seja instrumento de mudança e muita dança!!!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

O herói hesitante, autobiografia de um anônimo

Leio tudo que me caia nas mãos, desde que não caia das mãos.

Meus olhos se acostumaram ao movimento, lêem da esquerda para a direita. A página parada e as palavras imóveis são responsáveis pelo movimento da leitura. Quando vejo coisas em movimento (cinema), meus olhos ficam parados.

As palavras são miniaturas infiéis das coisas.
Transam com qualquer um.

Meus pais não gostam que eu escreva. sabem que só escrevo palavrão, indecência, sodomias, incestos, sacanagens em geral. Por isso me proíbem. Disse a eles: a voz que sai de minha caneta não é minha.

- Então passa a caneta pra cá.

(Também, Danislau. O herói hesitante: autobiografia de um anônimo. Uberlândia: D. B. Teixeira, 2005)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

DROGA

Eu escrevi minhas coisas
para as gavetas incertas.
E aquelas baratas idiotas
ainda são analfabetas.
Que droga!!!
A barata, depois de comer a poesia
quase comeu a minha mão.
A ingrata de barriga cheia de minha alegria
também morreu de solidão.

VANE PIMENTEL (VANDALUZ)
Sem Horas de si.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Praça

Aqui na praça
passou uma pressa,
passou um tédio,
passou o beijo na boca,
passou a tosse,
passou o pássaro e muitos passos.
Passou até uma graça,
um olhar e uma inveja.
Somente ficou o lápis
descrevendo a praça,
para dizer que é pública.

A árvore também ficou.

Vane Pimentel
Poucas Palavras II

domingo, 26 de setembro de 2010

Silfos ... De: Roberta Roldão

Dedos leves
Olhos rápidos
Galopo no vento
E te distraio
Me alimento dos lapsos de pensamentos
Daquilo que ias falar
e se esqueceu!

Arrepio a nuca
Belisco orelhas
Sou mestre-cuca
Pastoreio ovelhas

Para uns sou invisível
Crianças podem me ver
Meu mistério indizível
É perguntar: Quem é você?

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Flor

E me arrancaram aos montes, vermelha, carnuda, direto pra dentro d eum copo com água gelada, jurando amor eterno, vivendo para sempre, pra nada.

De: Marsial Azevedo.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Prefácio


Assim é que elas foram feitas

todas as coisas sem nome.

Depois é que veio a harpa

e a fêmea em pé.

Insetos errados de cor caiam no mar.

A voz s estendeu na direção da boca.

Caranguejos apertavam mangues.

Vendo que havia na terra

depeendimentos demais

E tarefas muitas

Os homens começaram a roer unhas.

Ficou certo pois não

Que as moscas iriram iluminar

o silêncio das coisas anônimas.

Porém, vendo o Homem

que as moscas não davam conta de

iluminar o silêncio das coisas anônimas -

Passaram essa tarefa para os poetas.


MANOEL DE BARROS

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Raio

Todo Homem mata aquilo que ama (Oscar Wilde)
E todo homem esquece aquilo que mata.
E toda mulher ama aquilo que esquece.

De: Marsial Azevedo

De ALICE Ruiz

Entre tantos loucos e livres existe um que é doce e que me falta.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Salamandras


Arde

O ar de alguém

Que em mim

É mistério

Não muito sério

Não tanto

Que não possa ser pouco

Nas poças do tanto

Que do outro espero


Porque

Sem o mundo

Tornar-me-ia mudo

Mas em torno

Ter-me-ia a mim

Dentro de um escuro

Tenro, sem fim


E basta

como perto

Que do estranho

Me afasta

...


De: Marsial Azevedo


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Fada

Fico os observando. Correm muito, sob o sol quente, olhos baixos, mas sedentos. parecem procurar algo SEMPRE. Algo distante, que com um pouco mais de menos, encontrariam dentro dos bolsos.
Dizem entre si que uns tem asas e sabem voar. Outros não.
Eu nunca vi, as asas, e voar mesmo só quando estão mais atrasados que o normal. (E ele sempre estão anormalmente atrasados...)
Sei lá, deve ser o jeito deles de dizer coisas sem sentido, buscando um rumo. Fazem muito isso.
Porque pra nós, ainda é assim: se dizemos asas, então as batemos atrás das costas, soltando magia no ar, tomando cuidado para não rasgá-las em algum galho, ou amassá-las contra o vidro de algum aranha-céu.
E se dizemos voar... bem, aprendemos isso com as estrelas e os pássaros, e acho que sabemos bem o que estamos fazendo, sempre.

De: Marsial Azevedo

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Vento (Do Diário de bordo escrito para Thane)


Será que os amigos devem então se ver só de vez em quando, se abraçar forte num silêncio desesperado, aflito? Precisam ter um trabalho em comum, uma idéia única perpassando o coração, e só aí poder se olhar, ver o quanto estão todos bonitos e tristes, cheios de sonhos é verdade, mas tudo meio perdido, jogado num jardim grande demais?

E a tal luta unidos contra o poder, a revolução nas ruas cantando juntos a mesma música. os tiros, as prisões? Isso tudo vai ficar mesmo lá em 70, rodeado de neblina e misticismo, de esquecimento e ilusão?

Só porque fomos educados demais a gente não vai poder mais juntar 1000 pessoas na esquina, na rua, no coração? ...

Sabe, os deuses se cansam também, e das coisas que nós:

Da auto-mentira toda ensaiada, dos prestígios de gente burra, dos fracassinhos melados, repetidos.

Só a alegria dos deuses que eu não sei dar muito bem nomes, nem a dos homens, nem a minha ...


De: Marsial Azevedo


P.S: uma pena a HP estar com problemas e o desenho não estar aqui, mas outrora coloco. Bem, é um muro, uma lua crescente e um gato contemplando-a.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Oralidade

Quando despertei para as danças populares foi no chão da Serra Azul, rumo aos Bakairis, com uma barraca e um walk man velho, ainda de fita K-7.
Como aquelas pessoas todas dançavam em uníssono?
Queria conhecer aquela "magia" que unia seres em uma dança coletiva, numa sintonia, comungando de algo através do gesto comum.
O mesmo gesto que me levaria até os Mapuabas, em Uberaba/MG.
Primeiro passo era ir até o Conselho Afro falar com Sarú (Evaldo Alves Cardoso), no bairro Mercês, Rua Bento Ferreira. Além de ter sido muito bem recebida, Sarú me contou uma história que nunca esqueci "eu dava birra porque tinha medo de um andarilho e miha mãe falava, vou chamar o Sarú", era a lenda de seu pseudônimo, feito poetas, como Fernando Pessoa.
Estava presente também o Mestre de capoeira Café, Ubiraci (filho do Sol), o músico e amigo (agora bailarino) Marcelo Taynara.
Sarú me mostrou um mapeamento feito em Minas Gerais que demonstrou a riqueza cultural de Minas Gerais (BRASIL, Municípios com registros de comunidades quilombolas - Segunda Configuração espacial. Geógrafo Rafael Sanzio Araújo dos Anjos, MAPAS Editora: 2005), estando inscritos oficialmente 135 municípios, porém deve-se registrar que os Mapuabas não estão catalogados. Os Mapuabas e as histórias que se perpetuam através de mecanismos não-oficiais, através da oralidade.
A pesquisa sobre a transmissão oral de danças populares na Família Mapuaba pedia um processo de imersão, um dançar prévio antes de redigir, vivenciar a dança para saber observar seu processo de criação.
Maria Luzia Cardoso é a Griô quem ensina os gestos e cantos para o Terno de Congo dos Mapuabas, mestre e portadora da tradição oral.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Pureza


Como será descobrir a parte em nós que é eterna, imortal?

Será mesmo preciso tanta vela, incenso, água no choco, tambor na surdina? Chamar os guias, reverência, vidas passadas, talismãs? Limpeza astral, perdão coletivo, individual, ser perdoado também, por tudo, até por si mesmo?

Alquimias, mantras, pedras raraas, gente preciosa sem futuro (porque o passado já era mesmo, e nem era tudo isso), archotes ardendo, flores, mel, nudismo libertário? Viagem xamânica uma vez por mês dentro do parque florestal bagaceira no centro da cidade, encontro com a família estelar, saudação pra lua, pro fogo, pra chuva, pro caralho a quatro? Será preciso projetar nossa sensibilidade em tudo quanto é folha que cai na hora de um pensamento, em canto de bem-te-vi sobre a cerca, achar sinais até na formiga morta sendo levada pelas irmãs? Massoterapia com amigas em depressão, roda de macumba branca pra assustar os vizinhos, supertição na contagem de urubus no céu (um é gosto, dois é desgosto, três é casamento), runas, tarô cigano, i-ching e mapa astral pela internet, livro secreto de magia maldita, cheia de nomes impronunciáveis, maçã para gnomo, folha de palmeira pra fada feita de durapox, leite para criança chorando. E haja leitura esotérica, leitura de mão, de signos e senhas, de sonhos que se repetem, objeto que cai da parede (e nada de varrer os cacos pra filha não furar o pé, aí a menina se machuca e é tudo inveja dos outros), barulho na área de serviço (fantasma ou demônio?), comprar um telescópio caríssimo esperando extraterrestre aparecer pra dizer as verdades vindouras, futuras (e depois não ter dinheiro pra beber com os amigos e é tudo inveja dos outros). E reler todos os símbolos escondidos no Juízo Final, esperar 2012, rezar, orar, meditar, transcender (e comprar mais um dicionário pra saber escrever a mesma coisa com diversos nomes), descobrir a dança pessoal, a interpessoal, a transpessoal, a multipessoal, a caralhopessoal!, e buscar, almejar, querer, desejar, pedir, clamar, implorar, insistir (viu como funciona o dicionário?).


Ou só uma caminhada miúda sob o sol das cinco basta?...


segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Unicórnio (Do livro "Mundos Miúdos", escrito por Marsial Azevedo para seu amor Vasni Ferreira)

O cavalo tentou ser comum.
Relinchou, trotou, comeu aveia,e spreguiçou-se no feno macio.

Mas à noite, sob o brilho frio das estrelas, fes todos sonharem:
O pai desbravou campinas interiores.
A mãe tornou-se rainha vestida de nada, feliz, feliz.
As crianças entenderam tudo e searam flores com os próprios dentes.
O cachorro viveu para sempre, como nunca...

Mesmo querendo, unicórnios não abdicam de seus mágicos chifres.

domingo, 5 de setembro de 2010

Medo



"Tivesse medo? O medo da confusão das coisas, no mover desses futuros, que tudo é desordem. E, enquanto houver no mundo um vivente medroso, um menino tremor, todos perigam - o contagioso. Mas ninguém tem a licença de fazer medo nos outros, ninguém tenha. O maior direito que é meu - o que quero e sobrequero -: é que ninguém tem o direito de fazer medo em mim."
Grande Sertão: veredas
Guimarães Rosa

"Viver é muito perigoso", "viver é um descuido prosseguido", mas o jagunço, com tiro certeiro, afirma que "viver é etcétera". A infinidade de veredas que podemos perfilar na oração de nossas ações. As possibilidades podem estar sob as sombras dos nossos receios.

O homem e suas projeções, ações e omissões num mundo indiferente. Os conflitos humanos construindo e destruindo as teias de vivências. É necessário viver o paradoxo. Ser heroicamente autor de nossas covardias... Será? E a coragem de criar, de retalhar o medo na intimidade e desafiar o mundo como Riobaldo desafia ao lançar-se num pacto com o representante do Mal?

A coragem de construir alicerces para nossa incompletude. Assumir o risco pelo dano que podemos nos causar... "Viver é etcétera..." Riobaldo reacendeu a coragem na conquista de um novo espaço no mundo.

O mundo é indiferente, o mal é apenas uma projeção... O ser é o cerne de seu temor, o vir a ser e o não ser... os grandes interditos... O direito está em ser o único perigo real.

"Medo agarra a gente é pelo enraizado." Estar preso às raízes pode impossibilitar um olhar mais amplo para as conquistas dos novos horizontes. Presos às limitações dos sentidos, resta-nos permanecer na situação, culpando o medo e o remorso por nossa inação.
Na vida devemos valorizar nossas origens nas raízes que nos prendem aos solos, mas devemos construir nossas antenas para poder compartilhar as inovações do mundo e enfrentá-las com segurança.

"Só temos que temer o próprio medo." Edgar Morin, com outras palavras, afirma o direito declarado por Riobaldo e elabora o mistério "Todo mistério do mundo está no nosso espírito. Todas as estruturas do nosso espírito são projetadas ao exterior, sobre o mundo."

A realidade se perde, pois só pode ser concebida se o sentimento for iniciado no homem e nele terminar com a atitude de um pacto em que o medo passa a compor para um objetivo... Contudo, quando o homem perde a noção da extensão de si e dos seus atos, os sentimentos são projetados para o outro, o medo surge como a impotência de ser para si, como a negação de ser para o outro.
Guimarães Rosa desvenda os sertões, abre veredas de lucidez e sensibilidade por intermédio do jagunço Teobaldo. Quantas são as passagens que poderiam ser objetos de ensaios! Quantas exclamações salientam a pluralidade do homem! Quantos sertões existem a serem desbravados!
O final do romance umedece todas as sensações. A morte de Diadorim, o menino da travessia do São Francisco que cresceu, cruzou os sertões em vida de vingança e morreu em combate num corpo feminino, é toda a poesia. Neste momento a prosa de Guimarães Rosa é imagem, som e pensamento - as veredas, os versos a construir o poema-sertão.

O leitor, seduzido, vivencia a emoção sem poder decifrar a simbologia de tantas metáforas, envolve-se de forma plena sem ter a real percepção de suas emoções. O encontro de Teobaldo e Diadorim se dá na impossibilidade. O mistério se apaga nos finos lábios que, calados, se tornam sertão.
O ser humano na travessia, muitas vezes teme ousar por novas veredas, amedronta-se diante de novas abordagens - a incapacidade aniquila o paradoxo e estagna o homem na limitação do perigo aparente.

Guimarães Rosa ousou. Criou uma nova linguagem e inovou no desenvolvimento do enredo, retratando áridas vidas que compõem os sertões do mundo, sem temer a crítica. O grande desafio estava em transformar em literatura a sua percepção do mundo e dos semelhantes.

Ninguém teve o direito de lhe fazer sentir medo. Nós, leitores, admiramos sua coragem criativa e sua grande obra e devemos nos preencher das metáforas do caminho para assumir o pacto com nossa ambigüidade.

Conscientes de que o medo se instaura na ausência da força de uma realização. Concretizemos nossos ideais para estabilizarmo-nos diante da confusão das coisas num futuro incerto dentro da perspectivas dos caminhos que se descobrem nos primeiros passos.

Texto de autoria de Helena Sut


Bello

A partilha com Lucimar Bello foi um verdadeiro estímulo. Os Cartemas, a gentileza e a simpatia como estado de diferença foram atitudes que motivaram a vontade de ir adiante.

"Cada dia eu quero menos", assim Lucimar começava a exposição partilhada de seu trabalho de Pós-doutorado, que compilava em algumas palavras-chaves a essência de sua obra.

ESPINOSA FOUCALT GUATTARI ALMODOVAR LUIZ ORLANDI HÉLIO OITICICA LYGIA CLARK ANNA BELLA SARAMAGO CORTÁZAR...

A experiência de vida e atitude desta artista preencheu meu ser de uma fé lúcida e vontade de saber mais sobre o universo da oralidade.

Como a arte é transmitida pelo verbo? Como eram as rodas de fogueira?

A oralidade pressupõe um universo de criação pautado na presença, na imersão e no contato.
"A oralidade permite que a música fale e a dança responda", assim cantamos histórias e dançamos poemas (Griô).

Os criadores individuais podem transpor os conhecimentos para os gestuais resignificados.
Suzi Sperber afirma que "os diversos conceitos e preconceitos sobre a oralidade levam a que se tenha uma relação ambígua com ela. por um lado existe a valorização da oralidade e o reconhecimento de riqueza das memórias. Por outro lado, quer por preconceitos, quer por falta de cânones, ou padrões de interpretação ou de codificação, é difícil apreender o universo de referências. Por isto, um de meus empenhos deverá ir no sentido de codificar não propriamente a linguagem do corpo, mas a do relato, inferindo valores para a linguagem do corpo".

Atitudes anímicas subjacentes a cada caso. O que caracteriza o narrador popular é a experiência popular, é um modo de existência, que se mistura ao cotidiano da vida do brincante.

Ouvir, estar presente e escutar: Bello. Compartilhar visibilidades.

sábado, 4 de setembro de 2010

A Arte de Ator - De: Luís Otávio Burnier - LUME

Yan, alma para os índios. Estaria ela perdida, esquecida, ou em simples e imperceptível transformação? Uma transformação que por não ser muito percebida, vem a ser perigosa. Como lutar contra o que sequer percebemos, contra o que não se sabe? Será possível ter consciência daquilo que não se percebe?
A arte trabalha antes de mais nada com a percepção. Seu poder principal não está em o quê dizer, mas como. Quando atinge a percepção, é que ela revoluciona. É no inconsciente que encontramos nossa particularidade, nossa individualidade, mas também os elos que nos atam uns aos outros. E a arte, quando logra atingir nosso inconsciente, nossa percepção profunda, vasculha um universo equiparável ao dos sonhos, dos pesadelos, como desejou Artaud.
Mas atingir este universo interior, subjetivo, perceptivo, a arte precisa fazer uso de instrumentos materiais objetivos. Com freqüência se diz que o instrumento de trabalho do ator é o seo corpo. FALSO. O instrumento de trabalho do ator não pode ser o corpo. Não podemos transformar um defunto em ator. O corpo não é algo, e nossa pessoa algo distinto. O corpo é a pessoa. A alma o anima, mas sem ele não seríamos pessoas, mas anjos. Tampouco é o corpo vivo o instrumento de trabalho do ator. A arte é algo que está em vida, ou seja, algo que irradia uma vibração, uma presença. é o corpo-em-vida, como prefere Eugenio Barba, o instrumento do ator.
Existem, no entanto, como nota o próprio Barba, pelo menos duas dimensões interior. As duas formam uma unidade. Esta unidade, no âmbito do trabalho do ator, nem sempre é ou pode ser trabalhada como tal. Ela deve ser vista não como ponto de partida, mas como ponto de chegada. Pode-se, e é muitas vezes necessário, trabalhar estas dimensões separadamente.
No entanto, não se pode perder de vista a unidade. Trabalhar tão-somente a dimensão física e mecânica seria formar jovens belos e fortes, mas não necessariamente atores; trabalhar apenas a dimensão interior poderia ser terapêutico, mas tampouco formaria atores. Uma não existe sem a outra, mesmo que o enfoque possa estar momentaneamente concentrado em uma ou outra destas duas dimensões. A imagem usada por Artaud é novamente bem-vinda: atletas afetivos.
Se o corpo não é tão-somente corpo, mas corpo-em-vida, então ele é o canal por meio do qual o ator entra em contato com aspectos distintos de seu ser gravados em sua memória. O corpo não tem memória, ele é memória, como disse Grotowski.
Trabalhar o ator é, sobretudo e antes de mais nada, preparar seu corpo não para que ele diga, mas para que ele permita dizer. Não mostrar o que ele é, mas revelar o que, por meio dele, se descobre ser. Ser artista é antes de mais nada se predispor a revelar. A revelação pede generosidade e coragem. Uma máscara pode mesquinha e covardemente esconder, ou revelar, dilatando o que não se vê. Depende de como ela é usada. Um corpo também. Podemos nos esconder atrás de nosso corpo, de maneira a deixá-lo belo, e isto não ser uma forma de escamotear o que temos medo de ser ou demonstrar. Ou, ao contrário, por meio do corpo podemos revelar o que somos e sentimos.
O artista descobre por meio de sua arte o sentido das coisas. Ele não diz o sentido, nos permite descobrir um sentido. E, paradoxalmente, este sentido não está em outro lugar se não em nós mesmos. O artista e sua arte abrem, portanto, caminhos que nos permitem entrar em contato com nossa própria percepção profunda, com algo que existe em nós e está adormecido, esquecido. A arte não é senão uma viagem para dentro de nós mesmos, um reatar contato com recantos secretos, esquecidos, com a memória.
A busca do ator, assim como a de todo artista que quer algo mais do que um simples reconhecimento social e econômico, é a incontestável tentativa de reavivar a memória. A verdadeira técnica da arte de ator é aquela que consegue esculpir o corpo e as ações físicas no tempo e no espaço, acordando memórias, dinamizando energias potenciais e humanas, tanto para o ator como para espectador.




sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Sobre gatos


Ele gostava que os dedos arranhasse os sofás

Eu gostava do cheiro dele

1/2 bom

1/2 ruim

Répteis poros

Mesmo no escuro era possível ver a silhueta

Afundava as maças do rosto nas terras

o que me atrai nos gatos

é essa subterrânea existência.


Na vitrola Solano Trindade cantava em sol sustenido que o opressor não pôde fechar minha boca, nem maltratar meu corpo, meu poema é contado através dos séculos, Zumbi fio redimido...

1 copo de cachaça




quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Setembro (quase Primavera) vamos de Oswald de Andrade

Para Dolur

meus oito anos

Oh que saudades que eu tenho
Da aurora de minha vida
Das horas
De minha infância
Que os anos não trazem mais
Naquele quintal de terra
Da Rua de Santo Antônio
Debaixo da bananeira
Sem nenhum laranjais

Eu tinha doces* visões
Da cocaína da infância
Nos banhos de astro-rei
Do quintal de minha ânsia
A cidade progredia
Em roda de minha casa
Que os anos não trazem mais
Debaixo da bananeira
Sem nenhum laranjais

* Nas edições de 1927 e 1945, está grafado "doce". Pareceu-me erro tipográfico. pois o adjetivo no singular não assume função estética especial neste verso, ao contrário do que sucede com o plural "laranjais", na última linha de cada uma das estrofes de que se compõe este poema-paródia.

domingo, 29 de agosto de 2010

Um instante

Aqui me tenho
como não me conheço
nem me quis
sem começo
nem fim
aqui me tenho
sem mim
nada lembro
nem sei
à luz presente
sou apenas um bicho
transparente

Ferreira Gullar

domingo, 22 de agosto de 2010

E como não dormi... poesia!


Quando uma pessoa vive de verdade, todos os outros também vivem!


Biografia Secreta


Quando eu era menina,

Meus sapatos nunca serviam;

Bolhas de um rosa vivo nos calcanhares.

Não me lembro: será que meus sapatos

eram muito apertados

ou eram grandes demais?


Com o chapéu nas mãos, os coitados dos meus pais

perguntavam ao médico: "Tudo certo com ela?"

"Problemas com os pés", dizia o médico.

"O defeito é grave".

E assim meus pais gastavam seu dinheirinho

em sapatos reforçados

para os pés defeituosos.O médico ameaçava:

"Ela nunca mais pode andar descalça!"


Nos sapatos de chumbo, eu acidentalmente atingia

o lado de dentro dos tornozelos

ao correr ou andar -

os sapatos faziam meus joelhos baterem um no outro,

com os ossos estalando, os tornozelos sangrando.

Mas sem aqueles sapatos, sem nenhum sapato,

os cachorros e eu corríamos como o vento.


Toda criança tem uma vida secreta

longe dos adultos.

E assim, no verão ou na neve,

não fazia diferença, eu escapulia

para uma das verdes salas do trono

na floresta, e lá eu desatava

os mil cordões dos sapatos de ferro,

fazia força para abrir os canos altos e duros,

e arrancava aqueles sapatos de deuzentos quilos

que poderiam atingir e matar uma mula.

E então eu só ficava ali sentada,

uma menininha cantando alto lá-lá-lá

enquanto meus pés balançavam descalços, a escutar.


Forçada de volta

àqueles sapatos ano após ano,

foi então que comecei a planejar

amputar meus pés

só para ver o médico desmaiar,

só para refletir sua visão brutal

de como deveriam ser pés "sem defeito".

"Não andará direito pelo resto da vida ", disse ele.

É grave. Muito grave", disse ele.

Uma vez ouvi uma mãe rica

dizer à filha toda arrumadinha

num banheiro público

onde se pagava dez centavos

para usar o sanitário limpo

em vez de sujo:

"Não deixe seus pés se alargarem;

use sapatos o tempo todo,

até quando for dormir...

Não tenha pés comuns",

aconselhou a mãe.

Fiquei cismada... "mas o pé comum é tão...

bem, é tão bom ele ser comum, não é mesmo?"


"Não!Ela não tem arco nenhum", disse o médico...

"É grave. Muito grave", disse ele.

Aqueles sapatos de ferro... para impedir

meu arco de tocar no chão

"... como uma índia de pés chatos", disse ele.

"Mas meus antepassados", murmurei...

"Eu sou uma índia de pés chatos", disse eu.

E mais tarde, já adulta, ao ver

minhas ancestrais

e seus pés de solas gordas,

eu soube que meus pés foram criados

para andar por campos de lavoura,

para cobrir quilômetros na terra batida noe scuro,

para ingerir nutrientes da terra

direto através das solas,

e para andar empertigada, deslizar

e girar na roda da dança.


Mas naquela época, nas chamadas

"boas maneiras do interior",

o spés das mulheres

costumavam ser criados para tornarem-se

pequenos sacrifícios humanos,

mantidos pequenos demais,

não sem peias,

mas, de certo modo, sem pés.

Incapazes de correr

morro acima,

morro abaixo ou

... de fugir.

Revela-se...

que era exatamente esse o objetivo.


Mas meus pés fugiram comigo

neles de qualquer modo.

E hoje, nada de sapatos reforçados

para me fazer "andar direito",

pois com eles ou sem eles, não importa,

eu nunca andei direito;

... até mesmo hoje, seguindo pela rua,

eu dou uma guinada,

de repente querendo ver alguma coisa,

me juntar àquela marcha,

recuperar essa noite,

falar com alguma pessoa ou algum bicho,

fazer um desvio até uma flor que cresce

através das pedras,

abaixar para falar com uma criança

sobre a ocupação importantíssima

de caçar coelhos para obter créditos acadêmicos,

eu só parar e balançar diante de um amado.

Meus pés e pernas pertencem Àquele que Dança

que também possui meus quadris...

e os sapatos corretivos não

corrigiram nada

que fosse mais necessário para minha Alma.

Todos os ritmos mais importantes,

os jeitos de parar e os passos largos

permaneceram "sem conserto".


Agora, acho que os sapatos talvez sejam

uma das minhas formas cruciais de arte.

Espero que por fim seja aceitável

que eu com frequência use

os tipos de sapatos mais descabidos

e às vezes irreverentes

que sejam possíveis. Por favor,

posso ver os pretos

com rosas vermelhas, aqueles

com tiras que se enrolam e se enrolam no tornozelo,

aqueles com laços atrevidos no calcanhar,

minhas botas de motociclista com biqueira de aço

ou os mocassins de camurça que me deixam

sentir até uma simples semente debaixo da sola?

Acho que por fim chegou a hora

- e sem consultar qualquer médico -

em que posso também andar descalça

sempre que possível,

para que possa realmente enxergar e ouvir...


ESTÉS, Clarissa Pinkola. A ciranda das mulheres sábias. Rio de Janeiro: Rocco, 2007. p.116.

sábado, 21 de agosto de 2010

Acordar com poesia e dormir com um conto

"Viver é muito perigoso.
Querer o bem com demais força,
de incerto jeito, pode já estar
sendo querer o mal, por principiar.
Esses homens!
Todos puxaram o mundo para si,
para consertar consertado.
Mas cada um só vê e entende as coisas dum seu modo"

Guimarães Rosa

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Eu, Patty, Tento conhecer a mim mesma através de meu autor

Há muito tempo eu andava querendo desnudar meu autor. Não sei se ele vai deixar, mas vou tentar.
PATTY - Em primeiro lugar, gostaria de saber se sou homem, mulher e travesti.
PEDRO - Você é mulher, naturalmente. Uma mulher que nunca dorme, mas afinal de contas uma mulher.
PATTY - E por que não durmo? Existem soníferos que fariam qualquer mastodonte roncar. O Roipnol, por exemplo; ouvi os junkies falarem muito bem do Roipnol.
PEDRO - Você não pode dormir porque, para você, o sono significa morte.
PATTY - Pois há pessoas que em estado de catalepsia fazem coisas muito interessantes. Ou pessoas que aproveitam o fato de serem sonâmbulas para se divertir.
PEDRO _ Ah, é? Quem?
PATTY - Um personagem de Copi, por exemplo. è uma mulher que se faz de sonâmbula para transar muito, e depois ela pode dixer que estava dormindo e que não se lembra e não tem culpa de nada.
PEDRO - Então era mentira que estava dormindo. Por que você quer dormir?
PATTY - Não sei. Ouvi outros personagens comentarem que entre uma trepada e outra as pessoas tiram uma soneca.
PEDRO Você não precisa, pois é cheia de vida. O sinal de nossos tempos é a vertiginosidade, a atividade frenética. E você é uma garota típica de nosso tempo.
PATTY - Ultimamente você anda mais preocupado com o meu coração doq ue com a minha xoxota. o que está acontecendo?
PEDRO -Acho que sinto a necessidade de um amor absoluto. Ultimamente proponhoa todo mundo que se case comigo. E é sério.
PATTY - Então sou um simples reflexo seu, essa coisa horrível que se chama "alter ego"?
PEDRO - Não, vocÇe é uma fantasia dos leitores. è o que os leitores gostariam de ser.`
PATTY - Você lê as minhas memórias?
PEDRO - Leio uma vez para ver quantos são os erros de impressão e depois me desesperar.
PATTY - Que dizer qu você também é um leitor. Ou seja, voc~e também gostaria de ser como eu.
PEDRO - Gostaria de ter a sua espontaneidade e seu senso positivo da vida.
PATTY - Escute, por que você não faz uma série de televisão comigo?
PEDRO - Seria difícil encontrar uma atriz.
PATTY - Acho que Morgan Fairchild faria muito bem o papel.
PEDRO - Não, você é mais sexy. Além disso não creio que Morgan Fairchild estivesse disposta a chupar tantas picas. E com certeza na televisão também não permitiriam.
PATTY - Nem nas particularidades?
PEDRO - Não creio.
PATTY - Fale mais de mim, enquanto faço uma coisinha para você.
PEDRO - Não quero que você me faça nada.
PATTY - Diga do que você gosta. Eu me dou bem com tudo.
PEDRO - Fique quieta. Se eu quiser me masturbar, vou saber muito bem como fazer.
PATTY - Como é que você faz?
PEDRO - Sou essencialmente voyeur.
PATTY - Como em Dublê de corpo, o filme de Brian de Palma.
PEDRO - Não, gosto de ver a mim mesmo. Gostaria de filmar minhas próprias trepadas para vê-las depois.
PATTY - Qual a minha relação com Holly Golighty, Pepi e Fran Lebowitz
PEDRO - São suas primas irmãs. Antes de você existir elas já existiam, mas vocês são o mesmo tipo de garotas. Você é um pouco mais ordinária e menos patética.
PATTY - Faço algum esporte para me manter em forma?
PEDRO - Os esportes a aborrecem, inclusive os que estão na moda. Você se mantém em forma por si só.
PATTY - Ficar tanto tempo em pé não me dá varizes? Porque eu odeio varizes.
PEDRO -Você nunca terá varizes. O melhor em você são as pernas. Você é libra, como eu e Brigitte Bardot.
PATTY -Mas as suas pernas são mais parecidas com as de Addy Ventura do que com as de Brigitte. Addy também é Libra?
PEDRO -Não sei. Oscar Wilde também era Libra; provavelmente herdei as pernas dele.
PATTY - Não sei como eram as pernas de Oscar. Sempre prestei atenção no que ele dizia, mas nunca em suas pernas. Por que os homens realmente interessantes nunca são sexys, com exceção de Sam Sheppard?
PEDRO - Pois eu me olho no espelho e me excito.
PATTY - Isso é porque, como todo manchego, você é um rapaz muito prático. Mudando de assunto, eu tenho alguma ideologia?
PEDRO - Você gosta de transar e de ser admirada.
PATTY - O que eu quero saber é se eu sou socialista.
PEDRO - Não, mas voc~e não se importaria de transar com Felipe González.
PATTY - Então, em certo sentido eu sou socialista. Porque com Fraga, por exemplo, eu não iria para a cama, não é mesmo?
PEDRO -Não.
PATTY - E com Tamames e Enrique Curiel?
PEDRO - Com eles sim, inclusive com os dois de uma vez.
PATTY - Você acha que eu deveria propor isso?
PEDRO - Não creio que aceitariam. Você é despachada demais para os homens da esquerda.
PATTY - Bom, por enquanto resolva para mim o assunto do motorista de taxi parecido co o Robert Mitchum. Dele sim é que eu gosto.
PEDRO - Vamos ver.
PATTY - Pedro, acho que depois desta entrevista continuo sem saber nada de você.
PEDRO - Eu, no entanto, já sabia tudo de você.

ALMODÓVAR, Pedro. Patty Diphusa e outros textos. São Paulo: Mratins Fontes, pg.97.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A arte como agente de mudança social, agente de emancipação e educação

A educação é necessariamente um fator de emancipação. Numa época em que ciência e tecnologia rompem as barreiras do aqui e agora, visto que ruminamos o que consumimos e somos todos doentes, oneomaníacos competitivos, "guerreiros" desbravando a selva do capitalismo selvagem.
Agora nos apresentamos "globalmente", conforme a moda em voga, somos pontes, túneis, passaportes para um mundo "moderno", sem fronteiras.
Os efeitos negativos de um processo educacional que não desmascara ideologias, que não reconhece as falhas nas instituições, que fecha indíviduos em condicionamentos sociais é exatamente os mesmos efeitos negativos que sofrem nossas crianças quando são ensinadas sobre o "descobrimento" do Brasil por Pedro Álvares Cabral.
O mito do descobrimento permitiu o genocídio e etnocídio de milhares de populações ameríndias e ainda se faz estátua para serem colocadas nas praças e ainda soltamos foguetes comemorando a independência do Brasil dia 7 de setembro, que coincidentemente é dia do aniversário de minha filha Mayã (12 anos).
Ainda vivenciamos as mesmas eras de opressão, agressão e etnocídio? Na verdade seguimos a trajetória de uma história.
Por isso é preciso identificar a violência, em todos os níveis, do pessoal ao institucional, do interindividual ao integeracional, bem como nas mais variadas formas por ela assumidas e não só nas formas evidentes de violência armada.
O essencial é uma personalidade não-violenta.


Mahatma Gandhi afirma que não-violência e covardia não combinam. "Posso imaginar um homem armado até os dentes, mas que no fundo é um covarde. Mas a verdadeira não-violência é uma impossibilidade sem posse de um destemor inflexível".

Livro "borboleta" pára-raio de loucos

- Se li Pára-raio de Loucos?
- E acaso alguém seria insano o bastante a ponto de não lê-lo?

"Vejo borboleta como um escritor que seduz mais pelas suas imperfeições do que por tudo que sai elaborado e perfeito de suas mãos; posso mesmo dizer que a sua glória e a sua superioridade derivam extamente da sua impotência em finalizar, mais do que do seu abundante vigor. Sua obra nunca exprime na totalidade aquilo que gostaria de dizer exatamente, aquilo que desejaria ter visto perfeitamente: parece ter havido nele o antegosto de uma visão..."

Livro: Pára-raio de loucos
borboletaContos
Fábio Amorim de Matos (borboleta)
Editora Assis

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

De repente: sim!


De repente decidimos trans for Mar (Leminski em Elisa Lucinda)
Eu, tudo isso Sim por Cima
Lilith, Psiquê, Deméter, Sara Kali, Voismecê,
Odoyá!

Símbolos em cirandas
Vendendo ouro velho
Me disfarçando de cozinheira para entrar no bar e encher sua taça
Evoé!
Escutar Esnert Hello entusiasmado.

Traga o violão!
Sentada na escada
Susurrava: " - Me banhei de "shobu" para estar com você.

Por nós # 1 é equação
2 + 2 dar errado então
Eranos Jahrbuch
Sopro

Hórus?
Não, Isís ou Íris, quiero Eros perguntando através dos mortais aquilo que Marsial escreveu para mim
-Qual parte da frase vocês não estão entendendo?

Debaixo das asas!

Eu decorei e aprendi a voar...
Chico cantava "Afasta de mim esse cale-se!"
Laboratório dos sonhos
Com ON incidir de ir para o mesmo lugar comum.

Roberta Ferreira Roldão

Elfo


O mundo é redondo: quem correr mais rápido, vai mesmo chegar antes...
ao mesmo lugar!

Autor: Marsial Azevedo
Livro:Dentros

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Cheiro


Violinos
Umidade
Cheiro de almíscar e sândalo
Os brincos de âMbar negro escorriam do único PAR de olhos negros noturnos
Noite estrelada de caravanas em Guedra
2 pérolas escuras
Mel de Tendera nos lábios
No fogo um pequeno caldeirão com água de chuva e pó azul da Índia
A taça vazia ainda cheirava álcool de cereais
As últimas palavras da Durga era a respeito da próxima parada, em Beni Abbés
Na caverna estava guardado o sagrado perfume
Navegaríamos
Mulheres com seus lenços macios e coloridos cochichavam uma sinfonia de grilos
Sentada, no chão, imóvel, o portal se abriu, um leve enjoo
Era como se caísse em um túnel para baixo, cheio de ar mar rio
Corredores, gavelas falando a língua dos lagartos seres
Um odor de anis e absinto
Corredores que levam até animais silvestres trazidos da Ilha de Creta
Para entrar, o vento soprava uma língua antiga:

Pupulé on chal
Ta saró sundache sina men chiquén
presas sino aotal

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Pocas Borboletas Hoje no VINIL em Uberlândia - Triângulo Mineiro, uai!

D.N.A

Árvore Genealógica há lógica?
Não há lógica em minha árvore genealógica!
Tenho sangue português, espanhol, germânico, escosês, latino, comunista, burguês.
Escravo? de mulato!
Holandês?
Tenho mitocôndrias de mestiço...
Aminoácidos indianos fagocitando com iraquianos boiando,
nos excrementos norte-americanos.
A sinapse é mexicana
Coração peruano com átrio de uma cia tailandesa
Talvez cabelos africanos
a árvore
a semente
os ramos
a raiz
as folhas
da terra
que era o
ser
brasileiro.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Coletivo Megalozebu

Tem matéria no Blog do Coletivo Megalozebu

http://megalozebu.blogspot.com/

A Canção do Bailarino

Tu, que moves o mundo, agora
Moves também a mim
Tu me tocas profundamente e me elevas alto a ti
Eu danço uma canção do silêncio,
seguindo uma música cósmica
e coloco meu pé ao longo das beiras do céu
e sinto
como teu sorriso me faz feliz

Bernhard Wosien

domingo, 8 de agosto de 2010

S

Sinto muito se meu cinto saiu sem S
Permito-me e ao mundo errar
É que sem Clave de Sol
num dá

sábado, 7 de agosto de 2010

Canção nova desincorpora quem ora
O Sol diário e as caminhadas sem gelo
Café, pouco dinheiro, cantoria
Galos, ralos que transbordam cabelos zelos apelos elos da canção nova

A rima acima começa e volta
Abandono o passado
Presenteio-me com duas tragadas na tarde a gosto do acaso
Contigo, navegante errante, eu caso!
Porém o relógio inexistente bate na porta
Toc Toc, não pode entrar

Vem me ferir com seus desenhos de pele
Eu vi mesmo, sem consultar
Narciso atravessou o espelho
Deixa eu nadar até o lugar

Cenário de alma enlaçadora de mundos é o que a mente puder imaginar
Tanto ar pra encher esse buraco fundo, poesia virtual é foda (licença poética)
A verdadeira essência está no por vir
Me deixe ir pro final, preciso acabar
No instante em que posso além de gente ser pedra canto calor veneno cobra Jesus dente mago vento extrato rato coqueiro colchão do padeiro que era 2 gêmeos da nota fá

sexta-feira, 16 de julho de 2010

10ª Semana da Mimulus

10ª. SEMANA DA DANÇA MIMULUS

Objetivos: A Semana da Dança propõe um encontro entre aqueles que se empenham em fazer da dança de salão um instrumento de pesquisa e de crescimento integral para os que a praticam ou a ensinam. A 10ª. Semana da Dança Mimulus, como as anteriores, tem o objetivo de ampliar o saber, facilitar a prática, estimular a criatividade sem o detrimento da técnica, respeitar a individualidade e criar oportunidades de uma reflexão crítica. Mais do que ensinar, o encontro visa a troca de saberes, o convívio e a partilha.

Período de Realização: 25 a 31 de julho de 2010.
Galpão da Mimulus: Rua Ituiutaba, 325 – Prado -
Belo Horizonte – MG

Evento de Abertura:

Domingo, dia 25 de julho às 19h00: apresentação do espetáculo
POR UM FIO
pela Mimulus Cia de Dança no galpão da Mimulus, seguida um brinde de boas vindas.
De Segunda a Sexta, a partir das 9h30m desenvolvem-se as seguintes atividades:
o Segunda pela manhã:
09h30 às 11h30: Atividades de Integração, dirigidas por Rachel Mesquita, a partir da criança que existe em cada um de nós.
11h45 às 12h45: Painel: exposição e debate sobre o processo de criação do espetáculo POR UM FIO - Integrantes da mesa: Equipe Mimulus
• Sessão da Tarde, das 14h00 às 15h00:
Segunda Feira: Exercícios de Funcionalidade Integrada - Fernando Sampaio
Terça e Quinta: Preparação Corporal para Hipotônicos – Rosa Antuña
Quarta e Sexta: Vivência Rítmica – Mamour Ba



Segunda, Terça, Quinta: das 15h às 17h30
Quarta: 15h45 às 18h15
Sexta feira: de 15h45 às 17h30
Oficina de danças a dois com Jomar Mesquita e equipe Mimulus.


Quarta, das 19h às 20h:
A História do Choro com o grupo musical Bicho Carpinteiro
Atividade Especial, aberta para todos ao alunos da Mimulus Escola:



Terça, pela Manhã:

9h30 às 11h - Direção Coreográfica: Jomar Mesquita
11h15 às 12h45 - Samba Rock: Edson Modesto Jr. e Cíntia Fiaschi

Quarta, pela manhã:

9h30 às 11h – Contato e Improvisação aplicado a Dança de Salão: Jomar Mesquita
11h15 às 12h45 – Análise do Plano Nacional de Dança: Baby Mesquita

Quinta, pela manhã:

9h30 às 11h - Direção Coreográfica: Jomar Mesquita
11h15 às 12h45 – Cubanismo - a riqueza artística e cultural de uma nação única: Ricardo Garcia

Sexta, pela manhã:

9h30 às 11h – O Ensino das Danças a Dois, a formação do profissional; aspectos teóricos e práticos: equipe Mimulus e Participantes da Décima Semana da Dança.
11h15 às 12h45 – Musicalidade e Interpretação da Salsa e Ritmos Caribenhos: Ricardo Garcia

Tribuna do Participante: 17h45m às 18h30

Segunda, Terça e Quinta:
Trabalhos Inscritos:
O gesto enquanto uma comunicação não verbal: Halyny Andressa da Silva
A dança de salão como fator de contribuição para o desenvolvimento de valências físicas em pré-adolescentes: Fabieli Fátima de Oliveira
Dança de Salão, uma proposta publicitária: Fernando Caria Cardoso


Sexta, das 17h45m às 18h30
Aula Especial:
História da Valsa e Suas Influências: Teoria e Prática – Jomar Mesquita

Sábado

10h00 – Atividades de Avaliação e Entrega dos Certificados.
12h00 – Atividade de Despedida com Danças Circulares – focalizador: William de Paula Amaral do Valle

14h00 às 16h00 – Ensaios

22h00 – Festa com apresentações de participantes da Semana da Dança, Mimulus Cia de Dança e Grupo Experimental Mimulus.

Outras atividades:
Aulas regulares da Mimulus Escola, diariamente, a partir das 19h30
Durante a semana, bailes em diversos espaços de Belo Horizonte.
Bazar de Troca e Venda de Produtos Regionais (trazidos pelos participantes) e específicos da Dança.
Surpresas!


Inscrições Parciais:

o Não serão aceitas as inscrições parciais nas seguintes atividades: Funcionalidade Integrada, Preparação Corporal para Hipotônicos, Vivência Rítmica, Contato e Improvisação.

o Serão aceitas as inscrições parciais nas Oficinas de Danças a Dois e Samba Rock, somente com parceiros.
o Valores das Inscrições Parciais: tratar diretamente com Fábio Ramos, pelo telefone: 3295-5213.

Os ingressos para o espetáculo POR UM FIO, sessão de domingo às 19 horas são individuais e intransferíveis e apenas para os professores e inscritos integralmente na Semana da Dança. Dada a capacidade do espaço, não serão distribuídas cortesias ou permitida a entrada de acompanhantes.


Professores:
Cíntia Fiaschi: dançarina desde 1999 pelo Centro de Dança Jaime Aroxa, professora de dança de salão desde 2001, tendo trabalhado no Exterior (Europa e Ásia) pela C.I.A. Star Cruises até 2004; vem contabilizando vários trabalhos em televisão e eventos.

Edson Modesto Junior: formado em Educação Física, em 2004 criou a C.I.A. de Dança Stilo Refinado que pesquisa e divulga a dança paulistana, tendo como foco principal o Samba-Rock, ao qual se dedica desde 2002 e, do qual, em 2005, foi campeão do estado de São Paulo. Vem participando de diversos congressos e eventos nacionais renomados.

Mimulus Cia de Dança: os bailarinos Bruno Ferreira, Juliana Macedo e Jomar Mesquita participam do grupo desde a sua fundação, há 19 anos; juntamente com Rodrigo de Castro são todos premiados como Melhores Bailarinos pelo SESC/Sindicato dos Artistas/MG e pelo Sindicato dos Produtores e Artistas de Minas Gerais, apoiado pela Usiminas. Integram ainda o grupo Mariana Fernandes, Nayane Diniz, Murilo Borges e Andrea Pinheiro. São estagiários da Cia: Ricardo Koscialkowski (Florianóplis) e Luciane Segatto (Uberlância).
Bruno Ferreira dirige o Grupo Experimental Mimulus e participa do Núcleo de Comunicação da Associação Cultural Mimulus. Juliana Macedo, atualmente, assina juntamente com Baby Mesquita os figurinos dos espetáculos da Mimulus.

Fernando Sampaio: Formado em Educação Física, especializou-se na combinação dos princípios da Yoga, do Pilates e do Treinamento Funcional, resultando em uma vasta gama de exercícios e uma prática mais atraente e eficaz. A prescrição do método é recomendada para todos, com as devidas atenções ao condicionamento do praticante para a obtenção mais efetiva de resultados.

Grupo de Choro “Bicho Carpinteiro”: composto por Flávio Medeiros (Violão de Sete Cordas), Paulinho Ravena (Flauta e Flautim), Dudu Oliveira (Cavaquinho) e Rafael Guimarães (Pandeiro), todos pesquisadores e intérpretes de diversos gêneros da música brasileira, com especial atenção para o Choro e para o Samba. A proposta do grupo "Bicho Carpinteiro" é interpretar choros de compositores consagrados do gênero, como Pixinguinha, Kaximbinho, Abel Ferreira, Jacob do Bandolim, Garoto, João Pernambuco, Raul de Barros, Joaquim Callado, entre outros, contando entre uma música e outra um pouco da história desse gênero secular, considerado por pesquisadores como a primeira música instrumental feita no Brasil. O grupo apresenta também alguns choros compostos por seu flautista Paulinho Ravena.

Jomar Mesquita: professor, coreógrafo e bailarino, fundou e dirige a Associação Cultural Mimulus, a Mimulus Cia. de Dança e a Mimulus Escola de Dança desde 1990. Criando uma linguagem própria e inovadora, vem obtendo prêmios e críticas favoráveis em todo o mundo com os seus espetáculos. Com freqüência é convidado para trabalhar como bailarino, professor e jurado em diversos festivais destacando-se: Jacob's Pillow Dance Festival, USA; Festival Internacional Madrid en Danza, Espanha; Bienal da Dança de Lyon, França.Como professor e coreógrafo de outros grupos profissionais de dança e teatro, destacam-se os trabalhos junto ao Grupo Galpão e Cia. Burlantins. Coreografou a Cia. de Dança de Minas Gerais, com música de Villa Lobos e mais a Cia. Jovem da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil.


Mamour Ba, de origem senegalesa, dedica-se à música desde os 7 anos. Músico, bailarino, compositor, cantor, arranjador, Consultor Educacional. Estuda, ensina e realiza shows/workshop ligados à dança e os sons africano por todo o mundo utilizando a voz, o ritmo, a expressão e o canto, como instrumentos, para o crescimento e transformação interior do ser humano. Formação: Universidade de Arte de Dakar.
Faculdade de Dança Moderna Mudra-Dakar. Mestrado em música pela Universidade de Versailles, França.

Rachel Mesquita: professora nas Universidades Gama Filho e Católica de Petrópolis no curso de graduação de Educação Física: disciplinas de Ginástica, Ginástica Olímpica, Educação Física Infantil e Dança de salão. Na Universidade Estácio de Sá atua nas disciplinas de Danças Populares e Coreografia em Grupo. É mentora, professora e coreógrafa do Projeto Social Alvinho's Dance. Coreógrafa na Escola de Samba Mangueira do Amanhã e da ala infantil da Escola de Samba Estação Primeira da Mangueira. Palestrante e professora de cursos em todo Brasil, América do Sul (Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai, Bolívia) e nos Estados Unidos (Califórnia).

Ricardo Garcia: Professor, dançarino, músico, coreógrafo e produtor, com 14 anos de experiência, 11 dos quais dedicados à salsa e ritmos do Caribe. É co-fundador, diretor, coreógrafo e dançarino da Conexión Caribe Companhia de Dança, a primeira especializada em Salsa no Brasil.
Diretor e organizador do Congresso Mundial de Salsa do Brasil, maior evento de salsa da América do Sul. Organizador nacional e juiz credenciado do Brasil Salsa Open, etapa nacional do principal campeonato mundial de salsa. Diretor e colunista do portal www.salsa.com.br .

Rosa Antuña: Bailarina, coreógrafa, professora de dança. Assistente de direção e intérprete da Cia Mário Nascimento. Ao longo de sua carreira vem desenvolvendo e estudando formas de prevenir lesões para bailarinos “hipotônicos”, por ter ela mesma este biótipo. É acompanhada pela fisioterapeuta Andrea Mourão desde o início de sua carreira, tendo também sido treinada por Beto, fisioterapeuta do Corinthians e pela equipe do Minas Tênis Clube. Como bailarina, tem experiência e ponto de vista prático neste assunto. www.rosaantuna.blogspot.com
William de Paula Amaral do Valle: É Bacharel em Música/Composição, com formação complementar em Letras UFMG. Focalizador de Danças Circulares e Danças da Paz Universal, desde 1990 vem orientando formação de cerca de 500 focalizadores em diversas cidades do Brasil e criado vários grupos. É professor certificado – nível 1 – pela Rede Internacional das DPU (INDUP, Seattle/EUA). Como Consultor Organizacional, formado pela ABTD/MG, desenvolve programas visando o desenvolvimento de pessoas e o fortalecimento de equipes em diversas organizações.
Equipe de Produção do espetáculo POR UM FIO:
Iluminação:
Montagem e Operação de Luz: Rodrigo Marçal
Assistentes: Bruno Reis e Renato Cordeiro
Cenário:
Montagem e Operação de: Paula Pazos e Nilson Santos
Assistente: João Ricardo
Estagiária: Letícia Marçal
Produção:
Karla Danitza e Baby Mesquita
Assistente:
Alessandra Oliveira



Coordenadores da Décima Semana:
Bruno Ferreira
Fábio Ramos
Angela Linhares
Baby Mesquita

Realização: Associação Cultural Mimulus
Patrocínio: Contax
Lei Municipal de Incentivo à Cultura
Prefeitura de Belo Horizonte

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

SESI/SP realiza a contrapartida Social, faça arte!

Última semana de inscrições para cursos gratuitos de iniciação em artes cênicas do Sesi-SP



A entidade dispõe de 2.280 vagas em todo o Estado. Interessados podem se inscrever até 13/2. Atividades iniciarão em 1º de março

O Sesi-SP está com inscrições abertas para vagas nos cursos gratuitos de iniciação ao teatro oferecidos pelos Núcleos de Artes Cênicas (NACs) da entidade no Estado. Cada uma das 19 unidades oferecerá 120 vagas em cursos livres.

Para o curso semestral (de 1º de março a 30 de junho), com carga horária de quatro horas semanais, cada núcleo formará quatro turmas de 25 alunos.

A configuração dos grupos pode variar entre as unidades para o atendimento dos públicos infantil (de 9 a 12 anos), pré-adolescente (dos 13 aos 15 anos) e adolescente e adulto (acima de 16 anos).

Para as 20 vagas remanescentes, cada unidade abrirá processo seletivo, conduzido pelo orientador de Artes Cênicas local, para o curso de Múltiplas Linguagens.

Nas aulas o aluno trabalhará com técnicas específicas, como dança-teatro, teatros narrativo e performático (os temas abordados variam de acordo a unidade).

Com duração de um ano (de 1º de março a 30 de novembro, com recesso no mês de julho) e carga horária de seis horas semanais, o curso destina-se a pessoas com vivências em artes cênicas.

As aulas estão disponíveis nos Centros de Atividades do Sesi de A.E. Carvalho, Vila das Mercês e Vila Leopoldina (Capital), e também em Santo André, Mauá, Osasco, Santos, Mogi das Cruzes, Sorocaba, Araraquara, Birigüi, Marília, Rio Claro, Franca, Piracicaba, Itapetininga, São José do Rio Preto e Campinas (Amoreiras e Santos Dumont).

Os interessados devem procurar a Secretaria Única de umas das unidades para fazer a matrícula de acordo com o seguinte calendário:

De 1º a 13 de fevereiro – atendimento exclusivo aos beneficiários da indústria;


A partir de 17 de fevereiro – as vagas remanescentes serão abertas à comunidade.
Núcleo de Artes Cênicas

Os NACs existem há 23 anos no Sesi-SP e oferecem atividades gratuitas aos participantes. Seu principal objetivo é o de utilizar a linguagem teatral como ferramenta para a conscientização individual, melhorando a qualidade de vida dos participantes e colaborando para o exercício da cidadania devido à abertura de horizontes que a produção artística proporciona.

Serviço
Inscrições para os Núcleos de Artes Cênicas
Local: 19 unidades do Sesi-SP: A.E. Carvalho, Vila das Mercês e Vila Leopoldina (na Capital), Santo André, Mauá, Osasco, Santos, Mogi das Cruzes, Sorocaba, Araraquara, Birigui, Marília, Rio Claro, Franca, Piracicaba, Itapetininga, São José do Rio Preto e Campinas (Amoreiras e Santos Dumont).
Inscrições na Secretaria Única da unidade: de 1º a 13 de fevereiro apenas para industriários e a partir de 17 de fevereiro para a comunidade.
Documentos: Os interessados devem apresentar CPF, carteira de identidade e foto 3x4. Menor de idade deve estar acompanhado dos pais ou responsável legal.
Datas das aulas: de 1º de março a 30 de junho para o curso semestral; e de 1º de março a 30 de novembro para o curso anual.
Informações: tel. (11) 3528-2000

Por Michele Carvalho

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