quarta-feira, 22 de junho de 2011

Led Zeppelin - Stairway To Heaven_Live(Tradução) - OFFICIAL

O Sucesso sempre foi um grande mentiroso

Muitas pessoas bem-sucedidas costumam dizer que o êxito é um presente envenenado, já que coloca o privilegiado em posição de semideus, achando que estará sempre por cima. Quando a sorte deixa de sorrir para essa pessoa, de uma hora para outra seu mundo vira de cabeça para baixo.
Isso explica por que nas classes sociais mais altas acontecem tantas separações, tantos investimentos arriscados e problemas com entorpecentes - o ego é a droga mais pesada. O fracasso, por sua vez, sempre nos deixa ensinamentos que nos ajudam a melhorar.
Favorece a humildade e nos ajuda a manter os pés no chão; Estimula nossa imaginação e nos leva a explorar novas alternativas; Faz de nós pessoas mais reflexivas, evitando decisões precipitadas;è um convite para recomeçar, compreendendo melhor o mundo à nossa volta; Coloca nossa fortaleza à prova e é um aprendizado essencial para aqueles que se dispõem a alcançar algo; Abre novas oportunidades que podem levar ao verdadeiro sucesso, que não conheceríamos se tudo tivesse dado certo de primeira.

Nietzsche para estressados.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

OS LIBERTADORES

Aqui vem a árvore, a árvore
da tormenta, a árvore do povo.
Da terra sobem os heróis
como as folhas pela seiva
e o vento despedaça as folhagens
de multidão rumorosa,
até que cai a semente
do pão outra vez na terra.

Aqui vem a árvore, a árvore
nutrida por mortos desnudos,
mortos açoitados e feridos,
mortos de rostos impossíveis,
empalados sobre uma lança,
esfarelados na fogueira,
decapitados pela acha,
esquartejados a cavalo
crucificados na igreja.

Aqui vem a árvore, a árvore
cujas raízes estão vivas,
tirou salitre do martírio,
suas raízes comeram sangue,
extraiu lágrimas do céu,
elevou-se por suas ramagens,
repartiu-as em sua arquitetura.
Foram flores invisíveis,
às vezes flores enterradas,
outras vezes iluminaram
suas pétalas, como planetas

E o homem recolheu os ramos
as corolas endurecidas,
entregando-as de mão em mão
como magnólias ou romãs
e logo abriram a terra,
cresceram até as estrelas

Esta é a árvore dos livres
A árvore terra, a árvore nuvem
A árvore pão, a árvore flecha,
a árvore punho, a árvore fogo
Afoga-a a água tempestuosa
de nossa época noturna
Mas seu mastro faz balançar
O círculo de seu poder

Outras vezes de novo tombam
os ramos partidos pela cólera,
e uma cinza ameaçadora
cobre a sua antiga majestade,
foi assim desde outros tempos,
assim saiu da agonia,
até que uma secreta mão,
uns braços inumeráveis
o povo, guardou os fragmentos,
escondeu troncos invariáveis
e seus lábios eram as folhas
da imensa árvore repartida,
disseminada em todas as partes,
caminhando com suas raízes.
Esta é a árvore, a árvore
do povo, de todos os povos
da liberdade, da luta.

Assoma-te a sua cabeleira
toca seus raios renovados
mergulha a mãonas usinas
de onde seu fruto palpitante
propaga a sua luz de cada dia.
Levanta esta terra em tuas mãos,
participa deste esplendor,
toma o teu pãoe teu cavalo
e monta guarda na fronteira,
no limite de tuas folhas.

Defende o fim de suas corolas,
comparte as noites hostis,
vigia o ciclo da aurora,
respira a altura estrelada,
comparando a árvore, a árvore
que cresce no meio da terra.

PABLO NERUDA

domingo, 5 de junho de 2011

Reconhecimento sem ética?

Reconhecimento sem ética?


 

Nancy Fraser*


 

Artigo originalmente publicado na revista Theory, Culture e Society. Partes deste artigo foram adaptadas e retiradas do meu ensaio, Social Justice in the age of identity politics: redistribution, recognition and participation (Fraser, 2000).

De algum tempo para cá, as forças da política progressista dividiram-se em dois campos. De um lado encontram-se os proponentes da "redistribuição". Apoiando-se em antigas tradições de organizações igualitárias, trabalhistas e socialistas, atores políticos alinhados a essa orientação buscam uma alocação mais justa de recursos e bens. No outro lado, estão os proponentes do "reconhecimento". Apoiando-se em novas visões de uma sociedade amigável às diferenças, eles procuram um mundo em que a assimilação às normas da maioria ou da cultura dominante não é mais o preço do respeito igualitário.

Membros do primeiro campo esperam redistribuir a riqueza dos ricos para os pobres, do Norte para o Sul, e dos proprietários para os trabalhadores. Membros do segundo, ao contrário, buscam o reconhecimento das distintas perspectivas das minorias étnicas, "raciais" e sexuais, bem como a diferença de gênero. A orientação redistributiva tem uma linhagem filosófica distinta, já que as reivindicações redistributivas igualitárias fornecem o caso paradigmático para a maior parte da teorização sobre justiça social dos últimos 150 anos. A orientação do reconhecimento recentemente atraiu o interesse dos filósofos políticos e, alguns entre eles, têm buscado desenvolver um novo paradigma normativo que coloca o reconhecimento em seu centro.

No presente, infelizmente, as relações entre os dois campos estão bastante tensas. Em muitos casos, as lutas por reconhecimento estão dissociadas das lutas por redistribuição. Dentro de movimentos sociais como o feminismo, por exemplo, tendências ativistas que encaram a redistribuição como um remédio para a dominação masculina estão cada vez mais dissociadas das tendências que olham para o reconhecimento da diferença de gênero. E o mesmo parece ser verdade na esfera intelectual. Na academia, para continuar com o feminismo, acadêmica (o)s que entendem gênero como uma relação social mantêm uma difícil coexistência com aquela (e)s que o constroem como uma identidade ou um código cultural. Essa situação exemplifica um fenômeno mais amplo: a difundida separação entre a política cultural e a política social, a política da diferença e a política da igualdade.

Em alguns casos, além disso, a dissociação tornou-se uma polarização. Alguns proponentes da redistribuição entendem as reivindicações de reconhecimento das diferenças como uma "falsa consciência", um obstáculo ao alcance da justiça social. Inversamente, alguns proponentes do reconhecimento rejeitam as políticas redistributivas por fazerem parte de um materialismo fora de moda que não consegue articular nem desafiar as principais experiências de injustiça. Nesses casos, realmente estamos diante de uma escolha: redistribuição ou reconhecimento? Política de classe ou política de identidade? Multiculturalismo ou igualdade social?

Essas são falsas antíteses, como já argumentei em outro texto (Fraser, 1995). Justiça, hoje, requer tanto redistribuição quanto reconhecimento; nenhum deles, sozinho, é suficiente. A partir do momento em que se adota essa tese, entretanto, a questão de como combiná-los torna-se urgente. Sustento que os aspectos emancipatórios das duas problemáticas precisam ser integrados em um modelo abrangente e singular. A tarefa, em parte, é elaborar um conceito amplo de justiça que consiga acomodar tanto as reivindicações defensáveis de igualdade social quanto as reivindicações defensáveis de reconhecimento da diferença.


 


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Dança

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Roberta Roldão

Colaboradores