terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Brasil + Côte D'Ivoire+Guinea+Argentina

Invitation to the show of the "New International Dance Group" on
Saturday, 4th February 2012 at 6p.m. at Riviera Palmeraie, Cocody.

It will be a nice event with traditional dances from Côte d'Ivoire.

The performers are from Brasil,Côte D´Ivoire,Guinea and Argentina.

Entrance fee: 10.000 FCFA (including a welcome drink)

For directions, see the map attached, for more information, please
contact Diego on 07 90 36 11 / 02 49 85 61

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Diário de Bordo - 2012 - Abidjan - Costa do Marfim - África do Oeste


“Agradeço aos Deuses que existem por minha alma indomável, sou capitão de meu destino, sou o comandante de minha alma” Mandela

Pela segunda vez coloco meus pés na África, solo que para mim é sagrado e extremamente rico culturalmente, talvez idéias utópicas de uma sonhadora nata, crente na África como berço da humanidade... devaneios daqueles que reverteriam toda a trajetória de colonização para rever ameríndios e africanos livres da estrutura eurocêntrica.

Na primeira vez que aqui estive convivi com africanos em uma atmosfera pacífica, no Senegal, Toubab Dialaw, estando meio que confinada ao incrível universo oferecido pela Ecole dês Sables, onde se respira, come, digere e sonha dança, porém nesta segunda convivência estou na Costa do Marfim e tendo um cotidiano comum aos demais habitantes locais.

Durante toda minha trajetória de estudante e pesquisadora vi e revi filmes e documentários sobre a história da África: “Jardineiro Fiel”; “Diamante de sangue”; “Invictus”; “Hotel Ruanda”... pensava eu ser aquela realidade exagero da indústria do cinema, porém hoje tenho a experiência para dizer que a realidade é bem mais grave do que nos mostram os filmes. A situação do continente africano é de abandono e me parece conivente ao mundo fechar os olhos para essa realidade, ignorando milhares de vidas.

Olho para os olhos das crianças e me pergunto sobre os Direitos Humanos Fundamentais que estudei durante 5 anos na Universidade de Direito. Meu coração não encontra respostas para justificar as calamidades que encontro em cada esquina das ruas africanas. Como pode um empresário, fazendeiro, político ter consciência de tudo que se passa aqui e não fazer NADA? Como esse indivíduo consegue dormir, comer e rezar?

Como fica o espírito de uma pessoa que não possui compaixão, solidariedade e coragem de mudar o mundo em que vive?

O maior mal que alguém pode fazer a outro ser humano é amputar-lhe o espírito, retirar a capacidade de discernimento, impondo ao outro um modo e estilo de vida que não lhe é natural. Exatamente isso é o que fizeram os colonizadores, seja com nossos milhares de ameríndios, hoje confinados em um curral chamado Parque Nacional do Xingú e com os povos africanos. Pautados em uma idéia errônea de superioridade, se acharam no direito de invadir, matar, estimular guerras e patrocinar genocídios e etnocídios, desprovidos de bom senso aceleram o processo já massacrante do capitalismo.

Pobres de espírito, estes homens acreditam que o poder está no dinheiro e não compreendem o valor de princípios humanos como a dignidade, respeito e o mais poderoso de todos os sentimentos: o amor.

Por que seguir o modelo Europeu? Por que se transformar em assassinos brutais, em aniquiladores de esperança? Por que de súbito esses indivíduos explorados e escravizados não despertam?

Qual a diferença entre um ser humano medíocre e um grande líder? As atitudes e a coragem são esses os ingredientes que fizeram Jesus Cristo, Buda, Gandhi, Mandela, Che Guevara, Zumbi mudarem a realidade de milhares de pessoas. Estes homens magníficos acreditaram e fizeram a diferença.

Afirma Dalai Lama “que devemos ser a mudança que queremos ver no mundo” e o mundo que queremos para nossos filhos e netos não pode ser um mundo pautado em valores materiais, temos que ter força e disciplina para dizer um imenso NÃO a esse modelo de “desenvolvimento” retroativo e falido.

Não! Não queremos o modelo de desenvolvimento de vocês colonizadores, não queremos usar colares de diamantes, não almejamos ouro, carros importados e viagens a Disneylândia. Não queremos ter, queremos SER! Não queremos viver em mansões com piscinas enquanto milhares de crianças morrem de sede. Não vamos vender nossa alma para termos privilégios e contas bancárias gordas! Não queremos ignorar a sabedoria de nossos ancestrais e afogar nossa rica cultura. Não vamos fazer da arte um supérfluo de entretenimento comercial! Não vamos nos calar nunca! Somos o povo da libertação e da luta, estamos dispostos a nascer, morrer e renascer pelas futuras gerações. Queremos educação, emancipação e um modelo de vida que respeite o ser humano. Chega de ladrões engravatados, comerciantes de espíritos, saqueadores de mulheres e crianças. Voltem para sua casa, invasores de terras, malditos homens da civilização, devolvam nossas riquezas naturais, limpe nosso solo, retire daqui essa mentalidade doentia e não voltem mais.
Roberta Roldão

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Led Zeppelin - Stairway To Heaven_Live(Tradução) - OFFICIAL

O Sucesso sempre foi um grande mentiroso

Muitas pessoas bem-sucedidas costumam dizer que o êxito é um presente envenenado, já que coloca o privilegiado em posição de semideus, achando que estará sempre por cima. Quando a sorte deixa de sorrir para essa pessoa, de uma hora para outra seu mundo vira de cabeça para baixo.
Isso explica por que nas classes sociais mais altas acontecem tantas separações, tantos investimentos arriscados e problemas com entorpecentes - o ego é a droga mais pesada. O fracasso, por sua vez, sempre nos deixa ensinamentos que nos ajudam a melhorar.
Favorece a humildade e nos ajuda a manter os pés no chão; Estimula nossa imaginação e nos leva a explorar novas alternativas; Faz de nós pessoas mais reflexivas, evitando decisões precipitadas;è um convite para recomeçar, compreendendo melhor o mundo à nossa volta; Coloca nossa fortaleza à prova e é um aprendizado essencial para aqueles que se dispõem a alcançar algo; Abre novas oportunidades que podem levar ao verdadeiro sucesso, que não conheceríamos se tudo tivesse dado certo de primeira.

Nietzsche para estressados.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

OS LIBERTADORES

Aqui vem a árvore, a árvore
da tormenta, a árvore do povo.
Da terra sobem os heróis
como as folhas pela seiva
e o vento despedaça as folhagens
de multidão rumorosa,
até que cai a semente
do pão outra vez na terra.

Aqui vem a árvore, a árvore
nutrida por mortos desnudos,
mortos açoitados e feridos,
mortos de rostos impossíveis,
empalados sobre uma lança,
esfarelados na fogueira,
decapitados pela acha,
esquartejados a cavalo
crucificados na igreja.

Aqui vem a árvore, a árvore
cujas raízes estão vivas,
tirou salitre do martírio,
suas raízes comeram sangue,
extraiu lágrimas do céu,
elevou-se por suas ramagens,
repartiu-as em sua arquitetura.
Foram flores invisíveis,
às vezes flores enterradas,
outras vezes iluminaram
suas pétalas, como planetas

E o homem recolheu os ramos
as corolas endurecidas,
entregando-as de mão em mão
como magnólias ou romãs
e logo abriram a terra,
cresceram até as estrelas

Esta é a árvore dos livres
A árvore terra, a árvore nuvem
A árvore pão, a árvore flecha,
a árvore punho, a árvore fogo
Afoga-a a água tempestuosa
de nossa época noturna
Mas seu mastro faz balançar
O círculo de seu poder

Outras vezes de novo tombam
os ramos partidos pela cólera,
e uma cinza ameaçadora
cobre a sua antiga majestade,
foi assim desde outros tempos,
assim saiu da agonia,
até que uma secreta mão,
uns braços inumeráveis
o povo, guardou os fragmentos,
escondeu troncos invariáveis
e seus lábios eram as folhas
da imensa árvore repartida,
disseminada em todas as partes,
caminhando com suas raízes.
Esta é a árvore, a árvore
do povo, de todos os povos
da liberdade, da luta.

Assoma-te a sua cabeleira
toca seus raios renovados
mergulha a mãonas usinas
de onde seu fruto palpitante
propaga a sua luz de cada dia.
Levanta esta terra em tuas mãos,
participa deste esplendor,
toma o teu pãoe teu cavalo
e monta guarda na fronteira,
no limite de tuas folhas.

Defende o fim de suas corolas,
comparte as noites hostis,
vigia o ciclo da aurora,
respira a altura estrelada,
comparando a árvore, a árvore
que cresce no meio da terra.

PABLO NERUDA

domingo, 5 de junho de 2011

Reconhecimento sem ética?

Reconhecimento sem ética?


 

Nancy Fraser*


 

Artigo originalmente publicado na revista Theory, Culture e Society. Partes deste artigo foram adaptadas e retiradas do meu ensaio, Social Justice in the age of identity politics: redistribution, recognition and participation (Fraser, 2000).

De algum tempo para cá, as forças da política progressista dividiram-se em dois campos. De um lado encontram-se os proponentes da "redistribuição". Apoiando-se em antigas tradições de organizações igualitárias, trabalhistas e socialistas, atores políticos alinhados a essa orientação buscam uma alocação mais justa de recursos e bens. No outro lado, estão os proponentes do "reconhecimento". Apoiando-se em novas visões de uma sociedade amigável às diferenças, eles procuram um mundo em que a assimilação às normas da maioria ou da cultura dominante não é mais o preço do respeito igualitário.

Membros do primeiro campo esperam redistribuir a riqueza dos ricos para os pobres, do Norte para o Sul, e dos proprietários para os trabalhadores. Membros do segundo, ao contrário, buscam o reconhecimento das distintas perspectivas das minorias étnicas, "raciais" e sexuais, bem como a diferença de gênero. A orientação redistributiva tem uma linhagem filosófica distinta, já que as reivindicações redistributivas igualitárias fornecem o caso paradigmático para a maior parte da teorização sobre justiça social dos últimos 150 anos. A orientação do reconhecimento recentemente atraiu o interesse dos filósofos políticos e, alguns entre eles, têm buscado desenvolver um novo paradigma normativo que coloca o reconhecimento em seu centro.

No presente, infelizmente, as relações entre os dois campos estão bastante tensas. Em muitos casos, as lutas por reconhecimento estão dissociadas das lutas por redistribuição. Dentro de movimentos sociais como o feminismo, por exemplo, tendências ativistas que encaram a redistribuição como um remédio para a dominação masculina estão cada vez mais dissociadas das tendências que olham para o reconhecimento da diferença de gênero. E o mesmo parece ser verdade na esfera intelectual. Na academia, para continuar com o feminismo, acadêmica (o)s que entendem gênero como uma relação social mantêm uma difícil coexistência com aquela (e)s que o constroem como uma identidade ou um código cultural. Essa situação exemplifica um fenômeno mais amplo: a difundida separação entre a política cultural e a política social, a política da diferença e a política da igualdade.

Em alguns casos, além disso, a dissociação tornou-se uma polarização. Alguns proponentes da redistribuição entendem as reivindicações de reconhecimento das diferenças como uma "falsa consciência", um obstáculo ao alcance da justiça social. Inversamente, alguns proponentes do reconhecimento rejeitam as políticas redistributivas por fazerem parte de um materialismo fora de moda que não consegue articular nem desafiar as principais experiências de injustiça. Nesses casos, realmente estamos diante de uma escolha: redistribuição ou reconhecimento? Política de classe ou política de identidade? Multiculturalismo ou igualdade social?

Essas são falsas antíteses, como já argumentei em outro texto (Fraser, 1995). Justiça, hoje, requer tanto redistribuição quanto reconhecimento; nenhum deles, sozinho, é suficiente. A partir do momento em que se adota essa tese, entretanto, a questão de como combiná-los torna-se urgente. Sustento que os aspectos emancipatórios das duas problemáticas precisam ser integrados em um modelo abrangente e singular. A tarefa, em parte, é elaborar um conceito amplo de justiça que consiga acomodar tanto as reivindicações defensáveis de igualdade social quanto as reivindicações defensáveis de reconhecimento da diferença.


 

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Mercado de pele

Vou vender a pele
Num ritual de antropofagia
Ao poeta que devora tudo
Vive crise de ideologia
Faz psicanálise, viciado em orgia
Organiza movimento adora
Apologia come a própria carne
Proclama a autofagia

BABILAK - CORPOLETRADO

an DANÇAS

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Dança

Dança
Roberta Roldão

Colaboradores