A educação é necessariamente um fator de emancipação. Numa época em que ciência e tecnologia rompem as barreiras do aqui e agora, visto que ruminamos o que consumimos e somos todos doentes, oneomaníacos competitivos, "guerreiros" desbravando a selva do capitalismo selvagem.
Agora nos apresentamos "globalmente", conforme a moda em voga, somos pontes, túneis, passaportes para um mundo "moderno", sem fronteiras.
Os efeitos negativos de um processo educacional que não desmascara ideologias, que não reconhece as falhas nas instituições, que fecha indíviduos em condicionamentos sociais é exatamente os mesmos efeitos negativos que sofrem nossas crianças quando são ensinadas sobre o "descobrimento" do Brasil por Pedro Álvares Cabral.
O mito do descobrimento permitiu o genocídio e etnocídio de milhares de populações ameríndias e ainda se faz estátua para serem colocadas nas praças e ainda soltamos foguetes comemorando a independência do Brasil dia 7 de setembro, que coincidentemente é dia do aniversário de minha filha Mayã (12 anos).
Ainda vivenciamos as mesmas eras de opressão, agressão e etnocídio? Na verdade seguimos a trajetória de uma história.
Por isso é preciso identificar a violência, em todos os níveis, do pessoal ao institucional, do interindividual ao integeracional, bem como nas mais variadas formas por ela assumidas e não só nas formas evidentes de violência armada.
O essencial é uma personalidade não-violenta.
Mahatma Gandhi afirma que não-violência e covardia não combinam. "Posso imaginar um homem armado até os dentes, mas que no fundo é um covarde. Mas a verdadeira não-violência é uma impossibilidade sem posse de um destemor inflexível".
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