quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Oralidade

Quando despertei para as danças populares foi no chão da Serra Azul, rumo aos Bakairis, com uma barraca e um walk man velho, ainda de fita K-7.
Como aquelas pessoas todas dançavam em uníssono?
Queria conhecer aquela "magia" que unia seres em uma dança coletiva, numa sintonia, comungando de algo através do gesto comum.
O mesmo gesto que me levaria até os Mapuabas, em Uberaba/MG.
Primeiro passo era ir até o Conselho Afro falar com Sarú (Evaldo Alves Cardoso), no bairro Mercês, Rua Bento Ferreira. Além de ter sido muito bem recebida, Sarú me contou uma história que nunca esqueci "eu dava birra porque tinha medo de um andarilho e miha mãe falava, vou chamar o Sarú", era a lenda de seu pseudônimo, feito poetas, como Fernando Pessoa.
Estava presente também o Mestre de capoeira Café, Ubiraci (filho do Sol), o músico e amigo (agora bailarino) Marcelo Taynara.
Sarú me mostrou um mapeamento feito em Minas Gerais que demonstrou a riqueza cultural de Minas Gerais (BRASIL, Municípios com registros de comunidades quilombolas - Segunda Configuração espacial. Geógrafo Rafael Sanzio Araújo dos Anjos, MAPAS Editora: 2005), estando inscritos oficialmente 135 municípios, porém deve-se registrar que os Mapuabas não estão catalogados. Os Mapuabas e as histórias que se perpetuam através de mecanismos não-oficiais, através da oralidade.
A pesquisa sobre a transmissão oral de danças populares na Família Mapuaba pedia um processo de imersão, um dançar prévio antes de redigir, vivenciar a dança para saber observar seu processo de criação.
Maria Luzia Cardoso é a Griô quem ensina os gestos e cantos para o Terno de Congo dos Mapuabas, mestre e portadora da tradição oral.

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Dança

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Roberta Roldão

Colaboradores