sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Vento (Do Diário de bordo escrito para Thane)


Será que os amigos devem então se ver só de vez em quando, se abraçar forte num silêncio desesperado, aflito? Precisam ter um trabalho em comum, uma idéia única perpassando o coração, e só aí poder se olhar, ver o quanto estão todos bonitos e tristes, cheios de sonhos é verdade, mas tudo meio perdido, jogado num jardim grande demais?

E a tal luta unidos contra o poder, a revolução nas ruas cantando juntos a mesma música. os tiros, as prisões? Isso tudo vai ficar mesmo lá em 70, rodeado de neblina e misticismo, de esquecimento e ilusão?

Só porque fomos educados demais a gente não vai poder mais juntar 1000 pessoas na esquina, na rua, no coração? ...

Sabe, os deuses se cansam também, e das coisas que nós:

Da auto-mentira toda ensaiada, dos prestígios de gente burra, dos fracassinhos melados, repetidos.

Só a alegria dos deuses que eu não sei dar muito bem nomes, nem a dos homens, nem a minha ...


De: Marsial Azevedo


P.S: uma pena a HP estar com problemas e o desenho não estar aqui, mas outrora coloco. Bem, é um muro, uma lua crescente e um gato contemplando-a.

Nenhum comentário:


an DANÇAS

an DANÇAS
in lach in

Dança

Dança
Roberta Roldão

Colaboradores